É certo que empreender é uma jornada plena de incertezas. Todo empreendedor sabe basicamente duas coisas quando está no começo, diante do vazio entre o hoje e o amanhã. A primeira é a sua visão de futuro, aquele ponto adiante que serve como um porto de destino a ser alcançado na jornada. A segunda são as suas condições atuais, ou seja, o porto de onde está zarpando. Entre esses dois saberes impera a incerteza sobre como será a jornada e se chegará no porto de destino como sonhou.
Lançar-se ao mar, e zarpar é uma atitude para marinheiros que topam encarar essa aventura.
A boa notícia é que alguns marinheiros que já navegaram em águas desconhecidas deixaram dicas importantes para os novatos ou menos experientes. Dicas que funcionam como as estrelas, que ajudam o navegador a manter a rota com consistência quando tudo está nebuloso. Assim como aquele marinheiro que desconhece os sinais dos céus corre o risco de ficar à deriva no oceano, o empreendedor que desconhece essas dicas pode perder-se e comprometer drasticamente o seu sonho.
Usei o e13, empreendendo exponencialmente, como uma brincadeira. Um jeito de memorizar rápido e facilmente as treze dicas que podem facilitar a jornada empreendedora. São treze “Ps”. Fica ainda mais fácil. Como toda dica, precisa ser interpretada, assimilada e utilizada ao sabor de cada um, respeitando a identidade de cada um e a sabedoria acumulada ao longo da vida. Mas é fato que conhecê-las pode encurtar o caminho e evitar parte das intempéries do alto-mar.
Treze Ps. Treze passos sequenciais que deixam a jornada mais consistente e, de preferência, menos incerta.
- Pessoas e/ou Planeta – saber a quem você quer servir como empreendedor de impacto.
- Propósito – transformar esse desejo de servir em um propósito que nutra uma visão poderosa.
- Persona – conhecer as características das personas que são parte do ecossistema de atuação.
- Problema – mapear o cenário de problematização da persona–alvo e como ela resolve essa dor hoje.
- Pessoas – engajar o time certo para zarpar nessa aventura. Estar bem acompanhado faz a diferença.
- Produto – desenhar a solução diferenciada, que é o coração da proposta de valor.
- Pitch – construir o storytelling que tenha coerência com os primeiros cinco Ps.
- PMV – prototipar, com um produto mínimo viável, testando no mercado a solução desenhada.
- Pivot – este “P” existe dependendo do resultado do teste. Se for necessário, volte para o P6 e ajuste.
- Produtividade – se passou no teste de mercado com o PMV, é hora de ganhar eficiência operacional.
- Potência – após organizar e calibrar todos os aspectos do barco, é hora de acelerar e escalar.
- ImPacto – ao escalar, seu impacto será cada vez mais significativo e é interessante aprender a medi-lo.
- Profit – fruto do ótimo trabalho, o lucro será uma consequência natural, nutrindo novas aventuras.
Antes de zarpar, é importante destacar alguns pontos extras.
Lembre-se que nem sempre o céu está aberto, sem nuvens para atrapalhar a visão. Por isso, ter instrumentos que apoiem esses momentos nebulosos, facilitando a tomada de decisão, é essencial. Pensar em quais são os indicadores de cada um desses “Ps” e como mapeá-los é um segundo passo.
Tampouco é verdade que você estará sozinho em alto-mar. Outros marinheiros podem ter a mesma visão de futuro que você e, nesse caso, haverá competição no caminho. O que fará seu barco ser mais veloz e a sua jornada mais plena?
Como já tratei em outro artigo nesta coluna (leia aqui outros artigo do autor), a velocidade de aprendizado é essencial, pois o combustível (caixa) está sendo consumido. Se forem necessárias muitas idas e vindas entre o P6, P7, P8 e P9, você pode ficar à deriva.
Por fim, garantir que exista integridade, coerência e consistência entre todos os Ps é o que tornará a sua jornada singular.