A cooperação entre instituições pode ajudar na implementação e no fomento de pesquisas que, por sua vez, podem contribuir com soluções socioambientais. Tais parcerias, tão demandadas no ecossistema de impacto e na sociedade civil, por um todo, podem oferecer um ambiente propício à obtenção de dados para melhorar o debate diante dos muitos problemas estruturais existentes e, principalmente, para a implementação de ações que sanem tais questões. E a pauta ambiental continua em voga – também para a pesquisa.
Ao mesmo tempo, há movimentos onde nem sempre a sociedade civil participa do debate e das formulações de decisões. Um exemplo, é a exclusão de representantes da sociedade civil na nova disposição do Conselho Deliberativo do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), publicado no Diário Oficial da União dia 6 de fevereiro de 2020. O FNMA foi criado em 1989, é administrado pelo Ministério do Meio Ambiente e cabe a ele financiar projetos, previamente selecionados pelo Conselho Deliberativo, que visam o uso racional de recursos naturais.
A pesquisa é o campo onde atores e instituições do setor 2.5, mais precisamente da área de Conhecimento, são protagonistas – tal área é, geralmente, associada ao trabalho de intermediários no ecossistema de impacto. Não à toa, no final do último ano, foi lançado edital 29/2019 – Programa Capes Entre Mares, para estudar e combater o derramamento de óleo nas praias brasileiras. No dia 30 de janeiro de 2020, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal Nível Superior (CAPES) tornou público, via Diário Oficial da União, os 15 projetos de estudo e combate ao óleo no litoral. Serão destinados R$1,3 milhão para projetos das sete áreas temáticas.
Agora a agência de fomento lança o Prêmio CAPES – Natura Campus de Excelência em Pesquisa, oficializado no edital 3/2020. Trata-se de um estímulo à produção de artigos com alto impacto para o desenvolvimento tecnológico e científico nas áreas de Sustentabilidade e Biodiversidade. Os trabalhos podem tratar das seguintes temáticas: (1) Ciências moleculares e bioinformática com aplicações em tecnologias cosméticas e (2) Amazônia: a ciência de dados contribuindo para conservação socioambiental e uso sustentável dos recursos naturais. São temas latentes e estratégicos à pauta econômica do país. Vale lembrar que a Natura é uma empresa que faz parte do Sistema B, movimento global que certifica empresas que têm braços que aliam lucro à preocupação socioambiental.
Leonardo Garnica, gerente de inovação da Natura, explica que a ciência traz soluções para inúmeras questões, com possibilidade de gerar impacto positivo nas frentes social, econômica e ambiental. “Quando aliamos este esforço, construído em rede, com respeito à natureza, temos a possibilidade de avançar em modelos de negócios diferenciados e engajadores”, comenta ele. Além de ser uma empresa B, a Natura, há mais de 20 anos, firma parcerias para o fomento da ciência e da tecnologia, voltadas sempre à inovação, como o Programa Amazônia, lançado em 2011.
“Vemos uma enorme convergência em estimular a ciência sobre os temas da biodiversidade, da inovação e da Amazônia crendo que podemos investir e empoderar redes e pessoas a encontrar soluções localmente pensando globalmente”,
afirma Leonardo Garnica, gerente de inovação da Natura.
Garnica ainda completa, considerando que “Com o Prêmio CAPES- Natura Campus identificamos e promovemos pesquisadores e temas de fronteira para um futuro mais sustentável”.
A premiação aos artigos escolhidos é de R$25.000,00. As inscrições podem ser feitas até as 18h do dia 28 de fevereiro de 2020. O Prêmio CAPES – Natura ocorre a cada dois anos (esta é sua terceira edição) e, no atual contexto, reforça a relevância e a necessidade de aliar desenvolvimento científico, Educação, soluções socioambientais e negócios.