Edital colaborativo nasce a partir das periferias

Fundação Tide Setubal lança matchfunding para ideias inovadoras em negócios da periferia

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Vista aérea do Parque Guarani, em Itaquera, periferia da Zona Leste de São Paulo

O que é periferia para você? A indagação vai além da territorialidade do termo e da própria noção geográfica que possa ter. Não necessariamente as periferias estão nas bordas de uma cidade, elas podem também conviver com o centro. Segundo pesquisa DataFolha de 2016, mais da metade dos paulistanos afirmam morar na periferia, por exemplo.

Segundo o relatório “Investindo no Desenvolvimento: um plano prático para alcançar os objetivos de desenvolvimento do milênio”, divulgado pela Organização das Nações Unidas em 2005, o Brasil tem cerca de 600 municípios nos chamados bolsões da miséria. Nos 13 bolsões brasileiros localizados no estudo, cerca de 26 milhões de brasileiros estariam em condições de extrema miséria, de acordo com o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

Partindo desse leque de leituras, pensar a cidade é também pensar o desenvolvimento do mundo, além de ser uma responsabilidade da sociedade por um todo. As periferias urbanas fazem parte desse espaço e cada vez mais têm se tornado protagonistas no ecossistema de impacto. A criatividade do empreendedor periférico é aliada na busca pela resolução e superação de problemas de seu cotidiano e do território. Um conhecimento prático que implica também em sobreviver.

“A periferia é um problema de todos e pensar as cidades, seja no curto ou no médio e longo prazos, trata-se da grande questão do século 21”,

 

Maria Alice Setubal, Presidente do Conselho da Fundação Tide Setubal.

 

Com olhos para estes empreendimentos de forte potencial de impacto socioambiental em territórios periféricos, a Fundação Tide Setubal lança em outubro o matchfunding Enfrente, a partir da plataforma da Benfeitoria. Na iniciativa, a cada R$1,00 que a sociedade civil colaborar, a fundação investirá R$2,00 – ou seja, o valor triplica. As inscrições dos projetos começam a partir do dia 17 de outubro. Os contemplados receberão consultoria especial da Benfeitoria e mais R$2.000,00 para “Preparar uma campanha de arrecadação para mobilizar ao menos R$10.000,00 do coletivo”, segundo o site.

No modelo matchfunding, o edital é colaborativo, o curador final é o público, além de legitimar a causa e dar valor. “O foco sai da carência e vai para a potência”, explica Tatiana Leite, fundadora da Benfeitoria.

Iniciativas assim são ideias para quem tem um projeto promissor e precisa de um primeiro empurrão para desenvolver sua atividade e, quem sabe, até pensar em escalar o negócio. Oportunidades para gerar impacto socioambiental e, sobretudo, melhorar a qualidade de vida da população periférica.

 

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