Como brincar pode estar relacionado ao impacto social positivo? Mais ainda: e se no meio deste jogo você pudesse combater o Coronavírus? Pois saiba que é possível – e sem sair de casa. A LiveLab, organização sem fins lucrativos, criou o Jornada Operação Antivírus X, onde jovens de 12 a 25 anos podem contribuir, ludicamente, para diminuir o impacto da Covid-19 e desenvolver competências, ao mesmo tempo.
Jogos voltados à construção de impacto social positivo são uma tendência no mercado, indo além de uma promessa. E se trata de um mercado aquecido. Vale lembrar que o Brasil é o 13º maior mercado de games do mundo e o maior da América Latina. Para se ter uma ideia: este mercado movimentou US$1,5 bilhão no país, onde há cerca de 75,7 milhões de jogadores, segundo a pesquisa Global Games Market, divulgada pela consultoria especializada New Zoo, em 2018.
Dentre as possibilidades neste universo, há os jogos sociais, que estão muito ligados à ideia de redes e, consequentemente, de parcerias, uma estratégica de extrema importância no mundo dos negócios, sobretudo, no ecossistema de impacto social. Além disso, estes jogos reforçam a noção de comunidade e territorialidade – mesmo que virtual.
E essas parcerias funcionam também nos negócios que envolvem os jogos. Em dezembro de 2019, a Universidade de São Paulo lançou a Aceleradora Games for Change, que tem como objetivo acelerar e fomentar o desenvolvimento de jogos de alto impacto social. Trata-se de um braço da Games for Change (G4C), organização não governamental (ONG) internacional criada em 2004 por Suzanne Seggerman e sediada em Nova York. A G4C dedica-se à aplicação de jogos eletrônicos ao desenvolvimento social. Uma forma de unir inovação, educação e diversidade com temas ligados à saúde, ao meio ambiente, à infância e, sobretudo, aos Direitos Humanos.
Operação Antivírus X
Desde o dia 24 de março, na Operação Antivírus X, jovens estão mobilizados a criar e aplicar soluções para várias frentes de impacto da pandemia, como ajudar grupos de risco, combater fake news, pensar em soluções para a economia, a falta de água e a saúde e emocional da população.
A ideia de parceria é concreta também na organização do jogo social, enquanto business. As seguintes organizações colaboram com o desenvolvimento de Operação Antivírus X: Unicef Brasil, Ashoka, Fundação Getúlio Vargas, Imaginable Futures, PorVir, Periferia em Movimento, Festival Feira Preta, Instituto Inspirare, Engenheiros Sem Fronteiras, Viração e Colégio Sidarta. Além disso, a iniciativa conta ainda com um time de voluntários gamers, programadores, designers, roteiristas, educadores, administradores, médicos, arquitetos, engenheiros, estudantes secundaristas e universitários. Todos estes atores são desafiados a somar criatividade e talento para que a operação do jogo funcione. Edgard Gouveia Júnior, cofundador da LiveLab e idealizador do movimento, explica que o formato propõe uma gincana colaborativa, com segurança, rapidez e diversão. Vale dizer: o jogo é gratuito.
“As pessoas nunca foram tão conectadas e distante ao mesmo tempo. Essa geração vem sendo preparada para utilizar seus superpoderes neste momento decisivo. É chegada a hora dessa juventude, que já nasceu num mundo digital, a reunir seus amigos e sagacidade tecnológica para apresentar soluções criativas no combate a Covid-19”, diz Edgard.
O estímulo é também uma oportunidade do jovem desenvolver as 10 competências-chave da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). São elas: conhecimento, pensamento científico, crítico e criativo, senso estético e repertório cultural, comunicação, cultura digital, autogestão, argumentação, autoconhecimento e autocuidado, empatia e cooperação, e autonomia. Impacto social positivo para ser despertado na juventude, pela inovação e também pela ludicidade.