2P: Afinal, o que tem na Amazônia?

Amanda Costa é ativista do clima, jovem embaixadora da ONU e porta-voz do projeto Amazônia de Pé e Perifa Sustentável

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Por que precisamos salvar a Amazônia?

Precisamos ter uma relação mais harmônica com o ambiente para nossa salvação aqui no planeta terra. O Projeto Amazônia de Pé se conecta com isso e tem o objetivo de combater a crise climática salvando a Amazônia. Explico: a gente quer fazer um projeto de lei de iniciativa popular que vai destinar florestas públicas para territórios indígenas, quilombolas ou unidades de conservação. Vou citar 3 pontos principais por que precisamos fazer esse projeto acontecer. Primeiro, a crise climática é o maior desafio da nossa geração. Estamos vivendo uma emergência climática que, de acordo com a ONU, temos até 2030 para manter a temperatura da Terra. A floresta é um grande regulador que protege a biodiversidade e atua no sequestro de carbono e manter a floresta Amazônica em pé significa garantir que vidas sejam cuidadas, sejam indígenas ou animais. Um segundo ponto, é que nosso projeto é uma Plip (projeto de lei de iniciativa popular), uma iniciativa vinda da própria sociedade. Buscamos que a transformação ocorra de baixo para cima, ou seja, as pessoas pressionando governo, poder público, para cuidar da nossa floresta, para cuidar da nossa biodiversidade e das diferentes vidas que ali residem. Quando a gente pensa nessa transformação, vinda de baixo, a gente pensa em uma ação efetiva. Terceiro, é um projeto que visa mobilizar toda a sociedade brasileira. A gente precisa de 1% do eleitorado ou 1.5 milhões de assinaturas. Olhar para o Brasil a partir desse lugar de união e de ajuda compartilhada faz com que a gente crie ferramentas para que no futuro todo esse desenvolvimento egóico e baseado no eu, seja deixado de lado. Vale lembrar que a gente vive em uma comunidade, que a gente está ao redor de pessoas, e que precisamos cuidar dessas relações. Esse sentimento de colaboração é essencial quando a gente pensa em futuro.
 

O poder do ativismo é suficiente para transformar?

Eu acredito que os ativistas são agentes de transformação. São eles que aceleram uma mudança que precisa acontecer na sociedade. Quando a gente olha para essas grandes mudanças que aconteceram, não foram por que um grande governante fez. Aconteceu porque teve pressão dos ativistas, da base. São pessoas que tem uma visão sistêmica e conseguem enxergar mudanças que precisam acontecer. Eu acredito muito nesse poder. O de chacoalhar o governo e as empresas e, mostrar que tem algo urgente e emergente precisando nascer. E que, se os representantes desses poderes não viabilizarem, a gente vai pressionar, mobilizar e articular para fazer acontecer. E isso tem muito a ver com o que me move a transformar o Brasil hoje. Eu tenho um amor muito profundo por essa nação, sabe? Eu acredito que, sim, a gente pode ser uma potência. Infelizmente a gente vive num país que está adoecido pela corrupção e pelo conservadorismo de extrema direita, mas eu também acho que a gente pode entender como esse sistema foi construído e como ele opera para poder transformá-lo. Eu não quero aceitar a realidade imposta. Eu vou me aprofundar no tema, desafiar o status quo e mobilizar minha galera para construir algo que seja de fato inclusivo, colaborativo e sustentável.

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