Resenhas de impacto

Confira os destaques do evento que reuniu protagonistas do ecossistema

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Nos dias 27, 28, 29, 30 e 31 de julho, o Impacta Nordeste promoveu o evento “Resenhas de Impacto”. Trata-se de uma série de encontros on-line sobre inovação social com atores do ecossistema de impacto regional e nacional.

Durante a semana, 15 protagonistas do ecossistema de impacto participaram das conversas que tiveram duração de uma hora. Entre os temas comentados, estão economia criativa, negócios de impacto, investimentos no setor, cooperativismo agroecológico e Poder Público. Os vídeos dos diálogos podem ser conferidos aqui.

Confira os destaques e as discussões levantadas no evento.

 

Mesa 1 – Negócios de impacto no Nordeste
Nesta mesa, foi realizado o lançamento do mapeamento de negócios de impacto do Nordeste, com os resultados da 1ª Chamada Impacta Nordeste de Negócios Socioambientais, seguido de um bate-papo sobre perspectivas e oportunidades do setor na região. Participaram Marcello Santo (Impacta Nordeste/mediador de todas as mesas), Pedro Hércules (Pipe.Social), Haroldo Rodrigues Jr. (In3citi) e Júlio Ledo (Olhar Compartilhado).

Sobre o mapeamento, Marcello fez um balanço dos dados e números do relatório que apresentou. Já Pedro falou como foi participar de chamadas de negócios de impacto, pois esteve na equipe de análise dos projetos “Foi bom olhar para o Nordeste e encontrar negócios maduros”, comentou. Ele ainda aproveitou e deu dicas para quem for se inscrever para outras chamadas, como “É importante preencher o cadastro com atenção e ter qualidade na explicação do negócio”.

Haroldo destacou a relevância do mapeamento e o desafio que costuma vir depois que é feito o estudo. “Precisa pensar no grande desafio depois de mapear, para que isso gere uma transformação na agenda do desenvolvimento”, explicou. 

Ainda segundo Haroldo, os mapeamentos são relevantes, mas, além disso, é necessário diagnosticar o levantamento e assim “Gerar riqueza para o nosso povo, identificando um cenário de oportunidades”.

Por sua vez, Júlio falou sobre a importância de repensar e reprogramar os negócios de impacto. “Estes negócios ainda são elitizados e isso precisa ser quebrado. No mapeamento feito, a parcela que mais cresceu foi a que teve faturamento de 100 mil. Ele ainda destacou a importância dos negócios de microimpacto, que tem força para o território.

 

Mesa 2 – Investimento em Negócios de Impacto
A segunda mesa contou com a participação de Renata Truzzi (Nesst), Fernanda Dativo (SITAWI) e Fábio Deboni (Instituto Sabin). O tema central do diálogo foram os investimentos de negócio de impacto.

Fernanda destacou a procura por este tipo de investimentos. “A demanda está boa. Mas há a procura de propósito, sejam eles sustentáveis, ecológicos ou de crenças”.

Já Renata pontuou a importância de não apenas almejar o lucro, mas também o valor por trás desse investimento. “Investir é um bom negócio. Não podemos ver apenas o lucro, é preciso enxergar  algo maior. É um caminho sem volta. Enxergar o lado bom da crise tem colocado luz no que nosso setor já vem colocando. Todo tipo de recurso tem que ser sustentável”, explicou.

Por sua vez, Fábio explicou sobre os diferentes tipos de investimento. “O tema está alto e isso já vinha se conversando antes da pandemia. Virão outros tipos de investidores para a mesa. As fases iniciais são as mais difíceis”, disse.

Os participantes ainda falaram sobre a busca do investidor e como isso precisa estar alinhado com o propósito do negócio de impacto. “O recurso financeiro não é o que está falando mais alto, mas o alinhamento”, ressaltou Renata. “Nem todos os investidores querem estar próximos. Às vezes, querem só o retorno financeiro”, completou.

Fábio deixou um questionamento:

“O que o empreendedor tem a oferecer ao  investidor”?

 

Mesa 3 – Economia criativa e impacto social
Já na terceira mesa, participaram Andre Lira (Cultivando), Danielle Abreu (Sebrae MA) e Fernanda Rebelato (British Council). Os temas principais do encontro foram a economia criativa e o impacto social, assim como o desenvolvimento igualitário, a identidade das comunidades, a compreensão dos contextos diferentes de cada região e a conexão com o território e identidade. Destacou-se a importância das Políticas Públicas como emancipação desse território.

Andre destacou a diversidade do país, com ênfase “No Norte e no Nordeste, que são ricos em peculiaridades”. Ele falou ainda sobre como gerar soluções e que em todos os processos há criatividade. Fernanda comentou sobre como impactar no território. “Como esses criativos fazem isso há muito tempo? Como você consegue impactar? E como mesclar essas duas coisas muito bem?”.

Danielle explicou sobre como muitos desses empreendedores não se reconhecem nessa atuação. “Às vezes, eles não se enxergam dentro dessa caixinha de ser um empreendedor, pontuou.

 

Mesa 4 – Cooperativismo Agroecológico
O quarto dia do evento contou com a participação de Gláucio Gomes (Adel), Patricia Saldeado (Instituto Sicoob) e Vitor Esteves (Cooperativa Caroá). Nessa mesa, os atores de impacto social falaram sobre cooperativas agroecológicas e seus desafios. Patrícia abriu as falas, com comentário sobre a importância do cooperativismo no impacto social:

“O modelo cooperativista vai muito além do impacto social. Ele contribui para a coletividade e a geração de renda. O cooperativismo já traz esse impacto no propósito”.

Gláucio, por sua vez, fez profundas reflexões sobre todo o processo do cooperativismo agro ecológico. “Não é um processo simples. É um fomento e precisa de tecnologia. É preciso entender a complexidade das economias rurais. O cooperativismo gera um impacto social e cultural”, explicou.

Vitor comentou sobre sua experiência com cooperativas e sobre como é importante o crédito financeiro e principalmente aos jovens – público que tem dificuldade para conseguir aprovação de empréstimo, o que pode atrapalhar algumas etapas importantes do processo.

Mesa 5 – Poder Público e o ecossistema de impacto
Finalmente, o último dia de Resenhas de Impacto contou com a participação de Beto Scretas (ICE), Lucas Maciel (Enimpacto/MDIC) e Mona Nóbrega (Sebrae RN). Os atores dialogaram sobre Políticas Públicas, como investir com impacto, democratização dos investimentos, regularização e como o Estado pode apoiar. Beto apontou possíveis caminhos:

“A conexão tem que ser feita com pessoas que querem investir com o propósito de impacto. Não é uma coisa passageira. Negócios de impacto vieram  pra ficar”, explicou Beto.

Lucas destacou que o Estado pode contribuir com os negócios de impacto. Fomentar, regular e comprar, e também aplicar linhas de crédito, ressaltou. Mona destacou esse apoio: “O Poder Público precisa ver que vale a pena investir em negócio social e de impacto. Essa sensibilidade do governo estadual. Ver outros atores envolvidos”.