Cada vez mais, o meio ambiente é pauta latente também quando falamos sobre o futuro, as desigualdades e suas consequências – e o mundo dos negócios não fica de fora. Trata-se de velhos problemas e questões que o ecossistema de impacto e a sociedade civil, no geral, enfrentam diariamente. O desafio está em encontrar soluções socioambientais viáveis – nisso o setor 2.5 pode contribuir.
Não é à toa que a palavra (ou melhor, a expressão) de 2019, segundo o dicionário Oxford, foi emergência climática – e o mesmo vale para contexto brasileiro, onde a urgência ambiental tem sido cada vez mais pauta, devido às constantes violências. E se o ecossistema de impacto se propõe como um movimento para pensar o futuro, mensurar impactos positivos e negativos e buscar soluções socioambientais efetivas, nada mais esperado do que suas proposições e seus aportes em iniciativas inovadoras que contemplem a pauta verde.
A região Amazônica, com riquezas naturais e potencialidades socioeconômicas evidentes aos olhos de todo o mundo, é símbolo da constante luta em prol da preservação do bioma, por exemplo. Diante das consequências e dos fatos ocorridos em 2019, sobretudo, a SITAWI Finanças do Bem lança a segunda rodada da Plataforma de Empréstimo Coletivo, focada em negócios de impacto positivo na Amazônia. O lançamento está previsto para março. “Com a plataforma, contribuímos para dar visibilidade a esse movimento e permitimos que investidores de todo o Brasil possam participar ativamente dessa transformação”, explica Andrea Resende, gerente de Finanças Sociais da SITAWI.
Qualquer pessoa pode emprestar a partir de R$1.000 para negócios de impactos socioambientais da região, com retorno de 265% do CDI (ou 12% ao ano) por meio da plataforma peer-to-peer lending. Nesta modalidade, uma pessoa empresta dinheiro diretamente à outra pessoa ou mesmo à uma empresa, de forma digital. É possível investir em um ou mais negócios de impacto dentre as cinco organizações que participam da rodada. São elas: COEX Carajás, de Parauapebas (PA); Na Floresta – Alimentos Amazônicos, de Manaus (AM); OKA, de Ananindeua (PA); Prátika Engenharia, de Manaus (AM); e Tucum Brasil, com sede no Rio de Janeiro (RJ), mas que atende populações indígenas tradicionais do Brasil. Vale ressaltar que, na primeira rodada, que ocorreu em 2019, foram captados R$1.500.000,00 em 58 dias.
“Trata-se de uma alternativa a um número crescente de investidores de varejo que buscam, não apenas retornos financeiros atraentes, mas também opções de investimento alinhadas com seus valores”,
diz Leonardo Letelier, fundador e CEO da SITAWI.
“Depois de uma década desenvolvendo soluções financeiras para negócios de impacto, em 2019, nossa organização deu um passo significativo para tornar esse tipo de investimento mais acessível para pessoas físicas”, completa Letelier.
Esta plataforma de empréstimo coletivo é uma iniciativa da SITAWI e do Instituto Sabin. A rodada amazônica acontece no contexto da Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) e conta também com parceiros estratégicos e financiadores, como a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), o Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), o Instituto Humanize e o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), sendo este último focado na execução. Estima-se que a rodada possa mobilizar R$3.200.000,00 e que 30% deste montante sejam captados de pessoas físicas. Junto destas, há ainda os investidores-âncora, que atuam para reduzir os riscos e atrair investidores de mercado. Estão nesta categoria, além da própria SITAWI, o Instituto Humanize, a USAID, o Fundo Vale, o Fundações e Institutos de Impacto (FIIMP) e o Grupo Rede Amazônica. Impacto positivo que vem do mercado financeiro e também do investidor comum.