O contexto mudou. As organizações e fundações que trabalham diariamente no ecossistema de impacto buscam formas novas de colaborar e, sobretudo, apoiar quem mais precisa quando a palavra crise deixa de ser um temor e passa a ser uma realidade.
É difícil mensurar a quantidade de iniciativas que têm sido realizadas para arrecadar doações e apoiar microempreendedores e instituições que passam por dificuldades, sejam elas financeiras, de gestão ou mesmo de manutenção de negócios.
O Sebrae começou a publicar um Boletim de Impactos da Covid-19 nos pequenos negócios, com dados baseados em pesquisas realizadas durante a pandemia. Na edição publicada no dia 3 de abril, a entidade identificou que, até a terceira semana de março, os empresários já haviam declarado queda de 64% no faturamento. O setor de Economia Criativa foi um dos mais afetados, com queda de 86%.
Diante deste contexto, mobilizações, redes e parcerias são necessárias. Confira algumas dessas ações que já estão fazendo a diferença:
A Fundação Tide Setubal ampliou a atuação nas periferias de São Paulo. O objetivo é arrecadar recursos para apoiar iniciativas periféricas brasileiras que tirem do papel soluções para enfrentar o novo Coronavírus por intermédio do Matchfunding Enfrente. A plataforma de financiamento coletivo destinará R$ 4 milhões para esses projetos. As iniciativas podem ser cadastradas no site e cada uma delas receberá até R$ 20.000 de match.
As ações da Sitawi – Finanças do Bem tem o objetivo de prover recursos de maneira simples e rápida para comunidades carentes durante a pandemia. A organização assumiu a gestão do Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil com o IDIS, Movimento Bem Maior e BSocial e do Movimento Noroeste Com Vida, que criou um Fundo Filantrópico de mesmo nome para o fortalecimento do Sistema Público de Saúde do Noroeste Paulista.
A Fundação Casas Bahia tem apoiado pequenos negócios e pessoas mais vulneráveis com a ação #FicaBem. O fundo pretende ajudar 1.200 mulheres microempreendedoras de regiões periféricas da Grande São Paulo e na Grande Rio de Janeiro. A Aliança Empreendedora, organização especializada em oferecer apoio a microempreendedores de baixa renda, irá selecionar as contempladas com a doação direta de R$500,00. Outra ação da Fundação é a doação de mobiliários e eletrodomésticos para equipar os alojamentos para os profissionais de saúde.
A Gerando Falcões, organização sem fins lucrativos que atua, sobretudo, nas favelas de São Paulo, está trabalhando por meio de uma rede de ONGs conveniadas, para envio de cestas básicas destinadas às famílias mais vulneráveis. Com o projeto “Vamos colocar o Corona no paredão”, pretende-se arrecadar um milhão de cestas básicas que serão distribuídas por meio dos líderes sociais. As famílias receberão um cartão habilitado para comprar alimentos e itens de higiene.
A ponteAponte, empresa que promove a justiça e a integração social, criou em seu site um mapeamento das arrecadações, campanhas e notícias sobre as periferias em todo o Brasil. O projeto #todoscontracorona mantém uma planilha, de consulta livre. A equipe faz uma curadoria que é focada em investimento social privado, impacto coletivo, iniciativas periféricas e cultura de doação.
O Desabafo Social é um laboratório de tecnologias sociais aplicadas à geração de renda, comunicação e educação. Neste período de pandemia, a organização apoia iniciativas da periferia do Nordeste de Amaralina, em Salvador (BA). Entre elas, estratégias de comunicação para prevenção do Covid-19; entregas de cestas básicas e itens de higiene para famílias, bem como apoio para pagamento de contas, psicológico e jurídico.
Legenda da capa: Campanha “Vamos colocar o Corona no paredão”, do Gerando falcões. Créditos: Instagram Gerando Falcões.