Março é o mês reconhecido pela reflexão acerca dos contextos das mulheres no mundo todo. E essa análise crítica perpassa também pelo universo do trabalho. Afinal, quantas mulheres você conhece e que exerçam cargos de liderança em suas empresas? Esse é um questionamento que vai além do ecossistema de impacto e cuja realidade atinge os dois lados da ponte.

Para fomentar o empoderamento feminino dentro do empreendedorismo da periferia, a Empreende Aí e a Yunus Negócios Sociais, com apoio da Fundação Via Varejo (FVV) e do British Council, lançam a segunda edição do programa de aceleração para mulheres de regiões periféricas.

Trata-se da Aceleradora de Mulheres Empreendedoras de Impacto na Periferia, a A.M.E.I. O programa será gratuito e 30 empreendedoras serão selecionadas. Na primeira fase, ocorrerão 12 encontros, com temáticas como marketing digital, vendas, gestão de fluxo de caixa, aspectos tributários e eficiência do impacto social. Na fase final, as empreendedoras poderão apresentar seu negócio para uma banca de potenciais investidores.

Para Jennifer Rodrigues e Luis Coelho, sócios-fundadores do Empreende Aí, o fomento ao empreendedorismo feminino nas periferias está relacionado, principalmente, ao empoderamento financeiro da mulher. Quanto mais recursos ela possuir, mais independente poderá ser. “Vale destacar que as mulheres possuem maior sensibilidade e liderança para resolver problemáticas sociais, perfil este que buscamos no programa A.M.E.I.”, destaca a dupla de empresários.

Glaziela Cavallaro, estrategista de inovação social corporativa da Yunus, retoma que tanto a valorização quanto o investimento na mulher periférica diz respeito também à história da própria Yunus Negócios Sociais. Muhammad Yunus é reconhecido como pai do microcrédito e dos negócios sociais. Além disso, ele é o criador do Banco Grameen, instituição financeira bengalesa de microcrédito bastante marcada pela procura feminina. O acesso a recursos, capacitação e crédito pode se converter em um ciclo econômico saudável no território – além dos muitos impactos positivos na vida familiar da empreendedora e em sua comunidade. “Estamos mudando nossos padrões de comportamento e as relações de gêneros, mas, ainda assim, temos muito a trabalhar pela equidade, especialmente a econômica, e o Programa A.M.E.I. vem contribuir para isso”, destaca ela.

Para a edição 2020, a FVV e o British Council terão participação ativa na construção do programa e na articulação de colaboradores internos para atuarem como mentores ou palestrantes. Na medida do possível, estas organizações poderão incorporar os negócios acelerados no core business, como fornecedores, parceiros e clientes qualificados. “Realmente, é visível o impacto positivo do projeto não só nos negócios, mas em toda a comunidade e principalmente na vida dessas mulheres”, completa Natália Menezes, gerente de Investimento Social da Fundação Via Varejo.

As inscrições estão abertas até o dia 9 de abril e podem ser feitas neste .

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