Em 10 de outubro, a ponteAponte comemorará 10 anos! Uma década em que trabalhamos para fortalecer o campo socioambiental brasileiro com olhar sistêmico e crítico, visando a uma sociedade mais justa, inclusiva e sustentável.

Quando tudo começou, a partir de um convite para mudarmos o mundo, confesso que não sabíamos bem no que isso ia dar, nem mesmo se iria dar em algo. Mas eis que, 10 anos depois, já realizamos mais de 100 projetos, com mais de R$ 65 milhões mobilizados para a sociedade civil, centenas de organizações/iniciativas potencializadas e uma equipe cada vez maior e engajada.

Ao longo dessa caminhada, foram muitos os aprendizados – e erros –, seja na própria gestão da empresa, no relacionamento com clientes, parceiros e equipe, nos nossos modos de operação dos projetos, além de aprendizados sobre o próprio campo socioambiental e de inovação social. A partir das próximas semanas escreveremos uma série de artigos sobre esses temas e divulgaremos nas mídias da ponteAponte, mas, para dar um gostinho aqui, falarei de alguns aprendizados mais gerais.

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O primeiro deles, por mais óbvio que seja, é que empreender não é fácil, seja pelas questões burocráticas e tributárias do nosso país, pelas constantes mudanças políticas e econômicas, seja pelos novos conhecimentos necessários para gerir uma empresa e uma equipe. A gente sempre acha que “comigo vai ser diferente” e pagamos para ver, mas no fim sentimos na pele aquela frase de mãe: “eu avisei!”. Por mais que a chamada “curva da morte” costume acontecer até os primeiros cinco anos das organizações (ufa, já passamos!), qualquer empresa precisa seguir evoluindo e se adaptando para se manter ativa. A ponteAponte que criamos 10 anos atrás não é a mesma hoje, e nem poderia ser. Ao longo desses anos, fomos adaptando serviços e metodologias, mudando o público prioritário com quem trabalhamos, construindo novas redes sem, claro, perder nossa essência.

Chegamos, assim, ao segundo aprendizado: para estarmos em constante evolução temos que investir na diversidade da equipe, seja em termos de raça, gênero, idade, território, orientação sexual, entre outros aspectos, para termos uma multiplicidade de vozes dentro da empresa e que ecoem para fora também. Ao longo desses 10 anos, nossa equipe foi crescendo, saindo de um grupo somente de sócios para chegar ao time atual de 18 pessoas e, cada vez mais, estamos nos preocupando em montar uma equipe diversa.

Com mais gente envolvida, vamos descobrindo que lidar com (muitas) pessoas nem sempre é fácil. Segundo nossa sócia Camila Shiguematsu, uma sociedade é mais íntima que um casamento. E como todo casamento, nem sempre as opiniões batem. Para manter a sociedade – e a amizade – bem como o bom relacionamento entre toda a equipe, reforçamos sempre três dos nossos valores: diálogo, confiança e empatia. Divergências sempre vão surgir, mas com esses valores em mente conseguimos lidar com elas (quase sempre).

Para além da diversidade, nossos outros valores são a flexibilidade e a colaboração, que se traduzem principalmente nos aprendizados a partir de todos os projetos que já desenvolvemos. Também pode soar óbvio, mas um trabalho colaborativo, com engajamento real de todos os envolvidos, tanto da nossa equipe como do cliente, sempre tende a ser mais rico e trazer resultados melhores do que um trabalho feito individualmente. Por isso acreditamos na co-criação em nossos projetos. Um processo colaborativo, porém, não costuma ser tão ágil como um trabalho feito por um consultor solo e aqui caímos no difícil equilíbrio do tripé escopo-prazo-preço. Para equilibrar as demandas dos projetos/clientes e a capacidade operacional da empresa, temos o desafio constante de avaliar quando demonstrar flexibilidade e quando precisamos dizer “não”, seja para um cliente/parceiro atual, seja para um novo projeto, para não comprometer a qualidade da entrega e o bem-estar da equipe. Em geral, a gente ainda fala mais “sim” do que “não” e depois “nos viramos nos 30” para fazer acontecer.

Para finalizar, fica o aprendizado de que abrir uma empresa porque você enxerga uma oportunidade de negócio é relevante, mas empreender porque você vê uma possibilidade de contribuir para mudar o mundo, mesmo que uma partezinha pequena dele, faz toda a diferença. 

 

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião de Aupa.

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