Pedimos as bênçãos aos nossos ancestrais para seguirmos com nossos trabalhos e registrarmos nesta obra o nosso legado. Agradecemos imensamente ao selo Aupa pelo convite e pelo espaço, onde – mais do que organizar em palavras as nossas atividades como afroempreendedores e o nosso papel enquanto intermediários – pretendemos reconhecer e escurecer que modos de vida e pensamentos que eram apontados como ultrapassados e sem valor, na verdade se revelaram (em especial na pandemia provocada pela Covid-19) algo potencialmente necessário em um mundo a caminho do colapso ambiental, social e financeiro.
As tecnologias e metodologias pretas originárias habitam um futuro sonhado. Suas moradias não estão num passado atrasado. A sabedoria ancestral, de quem empreende por necessidade, emerge aceleradamente em periferias, quilombos e comunidades. O velho se renova, o jovem se aprimora, os grupos se articulam, as mulheres substituem o patriarcado pelo matriarcado e a população negra constrói uma diversidade que almeja uma sociedade que descentraliza o poder e fortalece as minorias políticas.
É assim que a coalizão ÉDITODOS se apresenta: como uma pirâmide invertida que coloca toda a nação preta, parda e periférica no topo.
Nós, enquanto organização intermediária, somos catalisadores de potências e trabalhamos para que o empreendedor negro conquiste seu protagonismo como fonte de soluções. Esse período de pandemia só nos deu a certeza de que podemos e somos capazes.
Neste livro apresentamos um panorama dos nanos, micros e pequenos empreendedores negros no Brasil; a importância das organizações intermediárias; e alguns dos mecanismos de apoio aplicados pelas organizações durante a pandemia no ano de 2020.
Este material ficou nas mãos de seis das nossas lideranças, que dentro da coalizão ÉDITODOS representam suas instituições e seus negócios de impacto:
Adriana Barbosa – PretaHub e Feira Preta; Alex Barcellos – Agência Solano Trindade; Fernanda Ribeiro – Afrobusiness; Jaqueline Fernandes – Instituto Afrolatinas; João Souza – FA.VELA; Paulo Rogério Nunes – Vale do Dendê.
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Este texto é de responsabilidade dos autores e não reflete, necessariamente, a opinião de Aupa.